A casa dos Botes Baleiros de São Mateus da Calheta é composta:
Por três botes baleeiros:
SÃO MATEUS TERCEIRO: AH-219-B, comprimento 11,70 metros, boca 1,92
metros, pontal 0,65 metros. Pertenceu à Armação Baleeira Terceirense, a sua
construção remonta aos anos quarenta, teve vários oficiais que o amestraram e
teve uma grande atividade na pesca a baleia, nesta ilha.
ESPADARTE SEGUNDO: AH-224-B, comprimento 11,96 metros, boca 1,82
metros, pontal 0,53 metros. Pertenceu à Armação Baleeira Terceirense, a sua
construção remonta aos anos quarenta, teve vários oficiais que o amestraram e
teve uma grande atividade na pesca a baleia, nesta ilha.
MARIA CELINA: Lajes do Pico LP-19-B, Cedido por Protocolo com a Direção
Regional da Cultura, não existe historial da embarcação em São Mateus da
Calheta.
Uma lancha baleira:
A Estrela Açoreana: AH-232-B, comprimento 11,84 metros, boca 2,63 metros,
pontal 1,26 metros, motor de 290HP. Pertenceu à Armação Baleeira
Terceirense, a sua construção remonta aos anos quarenta, teve vários oficiais
que o amestraram e teve uma grande atividade na pesca a baleia, nesta ilha.
As embarcações atrás descritas pertenceram todas à mesma Armação
Baleeira, a Armação Baleeira Terceirense.
É de 1886 o primeiro registo de uma estrutura organizada de exploração de pesca baleeira em São Mateus da Calheta.
A “Parceria Marítima de São Mateus”, exercia a atividade no pequeno porto do
Negrito, onde o Príncipe Alberto do Mónaco pode presenciar e descrever detalhadamente o processo de desmanda da baleia, em 1895.
Em 1941, é concedido alvará à “Armação Baleeira Terceirense”, que opera
também a partir de São Mateus, como fábrica de desmandar e derreter no
Negrito. Todavia, o ciclone de 1952 haveria de destruir a estrutura existente no
Negrito e ditar que a baleia passasse a ser levada para o Pico.
Contudo, as embarcações registadas na frota da Armação Baleeira Terceirense
permaneceram no ativo até 1973. Dez anos depois, a caça a baleia viria ser
proibida nos Açores.
Os velhos Baleeiros recordam com saudade aquele tempo, e a reconstrução e
manutenção do património baleeiro constituem não só o seu legado, mas a
herança cultural de diversas gerações. Numa comunidade marcada pela
iliteracia, pela pobreza e pelas fracas condições sócio económicas, o
testemunho baleeiro eleva-se para demonstrar as raízes culturais desta gente.
A ausência de registos escritos, como livros ou crónicas ou jornais, torna tanto
mais importante a salvaguarda do património material, de testemunha das
vivências de um povo, à falta de registos históricos ou historiográficos, o papel
já de si fulcral do património material salta para a primeira linha de defesa da
herança cultural desta comunidade, atestando décadas de história e de vida
destas gentes, falando por eles e quebrando o silêncio.
– Dias e horários de visitas:
10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h de Segunda a Sábado.
– É necessária marcação prévia através dos contatos:
295642504, 1º opção de contato;
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– Sem cobrança, apenas solicitamos que na divulgação das visitas que seja
mencionada a parceria com esta junta e quando possível seja divulgado a
imagem/brasão da mesma.